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William Barreto

Dez anos de Pontificado de Francisco



Na noite de 13 de março de 2013, Jorge Mario Bergoglio apareceu pela primeira vez na varanda central da Basílica de São Pedro vestido de branco. Juntamente com a homenagem afetuosa ao seu predecessor emérito, a sua saudação inicial já continha alguns traços salientes do pontificado: a ênfase em ser o Bispo de Roma, a Igreja «que preside na caridade a todas as Igrejas»; a centralidade do povo fiel de Deus ao qual o novo Pastor pediu uma bênção antes de a conceder; a oração por «uma grande fraternidade» no mundo dilacerado pela injustiça, violência e guerras. Nos dias que se seguiram, o Papa explicou o significado do nome que quis assumir, ligando-o ao sonho de «uma Igreja pobre e para os pobres»: Francisco de Assis, disse ele, é «o homem da pobreza, o homem da paz, o homem que ama e protege a criação». E alguns meses depois, em novembro do mesmo ano, o Papa publicou a exortação Evangelii Gaudium (A Alegria do Evangelho), verdadeiro roadmap do pontificado, pedindo aos cristãos que testemunhem com a própria vida a alegria do Evangelho, para levar a toda parte, e em particular aos que mais sofrem, a proximidade e a ternura de um Deus que perdoa, acolhe, abraça.





Dez anos mais tarde, perguntamo-nos como celebrar este aniversário nos meios de comunicação social do Vaticano, e dos nossos diálogos surgiu a ideia de não sermos nós a falar do Papa Francisco, mas de dar espaço ao que o seu testemunho e o seu Magistério suscitaram ou ajudam a crescer. Assim, escolhemos dar a palavra às testemunhas, nas mais diversas situações do mundo. Àqueles que todos os dias reconhecem o rosto do Nazareno no sofrimento, nos descartados, nos distantes. Àqueles que contam pequenas grandes histórias que documentam o poder inerme do amor e o milagre do perdão em contextos de ódio ou indiferença. Cada uma delas descreve a reverberação de um dos temas principais do pontificado, compondo um mosaico que reacende a esperança. Uma esperança que é possível, apesar dos muitos sinais sombrios a que infelizmente assistimos, o primeiro dos quais é o risco cada vez mais concreto para a humanidade de se autodestruir.


Dar voz às testemunhas pareceu-nos a forma mais apropriada de nos sintonizar com o povo de Deus que ama Francisco e continua a rezar por ele. Aquele povo segue o Papa, e juntamente com ele dirige-se a Jesus com as palavras de Pedro, reconhecendo a fonte de esperança e salvação: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”.




Fonte: Vatican News

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